No mês de maio e no mês de junho, o Pedagogias da Imagem – cineclube da Faculdade de Educação da UFRJ – fará um ciclo com duas sessões especiais dedicadas a pensar questões desdobradas das grandes manifestações que ocuparam as ruas do Brasil em junho de 2013 – as chamadas Jornadas de Junho. Consideradas como um marco na cena dos ativismos políticos brasileiros, as jornadas de junho não apenas chamaram atenção para problemas urgentes envolvendo a mobilidade urbana nas cidades, mas também trouxeram novas formas de pensar o engajamento, as práticas democráticas, a descentralização das mídias e dos discursos dominantes.
Passados 4 anos de 2013, após a Copa do Mundo e um ano após as Olimpíadas, o Brasil se encontra hoje imerso em uma série de acontecimentos que têm impulsionado novamente a tomada das ruas, com a repetição de cenas e discursos que nos fazem lembrar a efervescência política das jornadas de junho e as disputas midiáticas em torno de seus desdobramentos. Se junho de 2013 irrompeu no Brasil como uma abertura ao pensamento, muito se deve também à potência estético-política desencadeada pelo papel estratégico do audiovisual, em diversas de suas expressões.
Por isso, aproveitando a chegada de junho de 2017, o cineclube Pedagogias da Imagem programou o ciclo Jornadas de Junho. Apresentaremos, em 30 de maio e em 20 de junho, sessões acompanhadas de palestras com filmes inspirados pelas jornadas de junho de 2013, como uma forma de lançar olhares e perspectivas contemporâneas sobre o período, estimulando o pensamento não apenas a partir das imagens, mas com as imagens, através daquilo que nelas insiste.
A primeira sessão acontecerá no dia 30 de maio, quando exibiremos o filme ‘O que resta de junho’ (Brasil, 2016), de Carlos Leal, Diego Felipe e Vladimir Santafé, seguido da palestra ‘Rastros e resquícios de junho, 4 anos depois’, a ser ministrada pelo jornalista e roteirista do filme, Carlos Leal, e o diretor do filme, Vladimir Santafé. Carlos Leal é doutorando em ciência da literatura na Faculdade de Letras da UFRJ, e Vladimir Santafé é mestre em Comunicação e Cultura pela UFRJ, autor do livro ‘Da biopolítica dos movimentos sociais às batalhas nas redes: vozes autônomas’. A entrada é franca.